Dezembro 6, 2021
Hoje falamos sobre a obstrução das vias lacrimais e a oftalmologista Maria Araújo explica quais são as principais causas e consequências deste problema:
Em situação normal, a lágrima é excretada nas glândulas lacrimais, lubrifica e protege o nosso olho e depois é drenada para o nariz através das vias lacrimais, onde se evapora e desaparece.
Nós dizemos que um doente tem uma epífora quando ele chora por ter uma obstrução nas vias lacrimais, ou porque a pálpebra está numa posição anormal e a lágrima não chega sequer a entrar nas vias lacrimais.
O diagnóstico é feito por um oftalmologista na consulta e pela realização de um exame que se chama sondagem das vias lacrimais. No adulto, a obstrução das vias lacrimais pode ser causada por processos inflamatórios, processos infeciosos, mas raramente por um traumatismo que envolva o nariz ou, ainda mais raro, por tumores. Contudo, há algumas características anatómicas que também podem contribuir para esta obstrução.
As consequências da obstrução são a epífora, de que já falámos, e as infeções recorrentes quer do olho, quer do saco ou do canalículo lacrimal. Estas infeções podem ser mais ou menos graves; contudo em alguns casos, podem levar à necessidade de internamento pela propagação à órbita ou mesmo intracraniana.
O tratamento das obstruções é sempre cirúrgico e depende do local da obstrução. Além disso, deve fazer-se também, e antes do tratamento da obstrução, o tratamento da causa. Por exemplo, se houver uma sinusite, se houver um tumor, ele deve ser tratado antes do tratamento da obstrução. Mas, na maior parte dos casos, os doentes com o diagnóstico e tratamento precoces, têm bom prognóstico.
Um caso à parte são os bebés. Nos bebés, a impermeabilidade das vias lacrimais ao nascimento, resolve-se maioritariamente até ao 1 ano de idade, espontaneamente ou com a ajuda de massagem. Naqueles em que não se resolve, temos a sondagem terapêutica ou cirurgias mais complexas, dependendo do caso.
No programa de amanhã, tiramos dúvidas sobre tratamentos estéticos na região dos olhos.
Com o apoio da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.