Camilo Castelo Branco

Camilo Castelo Branco

Foi um dos mais proeminentes escritores portugueses do século XIX, conhecido pela sua vasta obra literária e por ser um dos primeiros autores de língua portuguesa a viver exclusivamente da escrita. Nascido em 1825, em Lisboa na Rua da Rosa, ele teve uma vida marcada por tragédias pessoais, incluindo a perda precoce dos pais, e por um espírito inquieto que o levou a uma série de relacionamentos tumultuosos e escândalos sociais.

Sua obra mais famosa, Amor de Perdição. É um exemplo clássico do ultra-romantismo, refletindo temas de amor proibido e tragédia, muitas vezes inspirado em sua própria vida. Camilo também enfrentou dificuldades financeiras e problemas de saúde ao longo da sua vida. A partir de 1848 faz uma vida de boémia, repleta de paixões, repartindo o seu tempo entre os cafés e os salões burgueses.

A Sífilis desempenhou um papel trágico em seus últimos anos. A doença causou-lhe uma cegueira progressiva, impedindo-o de ler e trabalhar e que acabou por ser irreversível. Consultou os melhores especialistas à procura de cura, mas em vão.

A 21 de maio de1890 escreveu uma carta ao famoso oftalmologista aveirense Dr. Eduardo Magalhães Machado a descrever o seu estado e a pedir ajuda. A 1 de Junho desse ano teve a visita do Dr. Magalhães que após examinar-lhe os olhos, o médico com alguma diplomacia recomendou-lhe descanso numas termas e quando o médico se dirigia para a porta eram 15:15 horas, sentado na sua cadeira de balanço e completamente desalentado e desenganado, disparou um tiro de revolver na têmpora direita, tendo falecido às 17:00 horas, em sua casa de São Miguel de Seide – Famalicão.

Este texto sobre Camilo Castelo Branco vem assinalar os 200 anos da sua morte e chamar a atenção de uma doença que não se sabe quando surgiu, podendo ter sido já conhecida por Hipócrates na antiga Grécia.

Embora a Sífilis seja tratável, surtos continuam a ocorrer devido à falta de acesso ao diagnóstico e ao tratamento em algumas regiões, além das mudanças nos comportamentos sexuais.

O rastreamento, a educação sexual e os esforços de saúde pública desempenham um papel crucial na redução e incidência global.

A origem da sífilis, tem séculos e ainda é debatida. A primeira epidemia documentada ocorreu na Europa em 1495 durante o cerco de Nápoles, e a doença ficou conhecida como o “mal Napolitano” ou a “grande varíola”. Entre os séculos XVI a XVIII a sífilis foi amplamente temida devido à sua gravidade e sintomas debilitantes, foram usados tratamentos rudimentares como o mercúrio que causavam mais danos que benefícios.

No século XIX foi possível identificar a doença devido ao avanço da microbiologia. E foi Fritz Schaudinn e Erich Hoffmann que descobriram o agente causador da sífilis o Treponema pallidum.

O primeiro tratamento eficaz foi desenvolvido por Paul Ehrlich em 1910 com uma substância chamada Salvarsan um composto de arsénio.

Na década de 1940 o uso da penicilina revolucionou o tratamento da sífilis, tornando-a uma doença curável em estágios iniciais.

Walter Rodrigues