António Plácido da Costa

António Plácido da Costa foi uma figura marcante da oftalmologia portuguesa. Nasceu na Covilhã a 01 de setembo de 1848, filho do tecelão Rafael da Costa.

Destacou-se como médico, professor e inventor com contribuição que ultrapassou fronteiras.

Veio com o pai viver para o Porto e decidiu ingressar num seminário em França.

Em 1870 devido á guerra Franco-Prussiana regressou a Portugal em 1874, matriculando.se na “Escola Médico-cirúrgica do Porto”.

Concluiu o curso de Medicina em 1879, com a apresentação da dissertação “Apontamentos de microbiologia médica” e foi condiscípulo de Ricardo Jorge, com quem veio a colaborar, anos mais tarde no estudo da peste bubónica.

Foi para Lisboa entre 1879-1891 colaborando na clínica do colega oculista Dr. Van der Laan, um dos mais importantes da capital na altura. Durante este período publicou 10 artigos na revista “Periódico de Oftalmologia Prática”, onde apresentou 4 invenções da sua autoria. Destacam-se o Astigmatoscópio explorador, o mais famoso de todas elas, hoje conhecido como Queratoscópio de Plácido, o Binoscópio ortopédico instrumento utilizado para auxiliar a correção subjetiva do Estrabismo, a Cápsula higrotérmica para aplicação de calor húmido nas doenças dos olhos e a bateria Galvanoterápica, todos instrumentos com o objetivo de diagnóstico e melhorar as doenças dos olhos.

O Disco de Plácido inventado em 1880, um queratoscópio que permite avaliar a córnea, ao determinar o raio de curvatura da sua superfície e diagnosticar astigmatismos irregulares, é hoje o epónimo português mais conhecido nos Congressos científicos de todo o mundo na área da oftalmologia e em toda a ciência médica e ainda hoje influencia a tecnologia médica actual.

De volta ao Porto, apresentou a tese intitulada ”Fisiologia do punctum caecum da retina humana”, para o concurso ao lugar de lente substituto da secção médica da Escola Médico-Cirúrgica.

Introduziu os estudos de histologia e oftalmologia no Porto. Foi lente de Fisiologia (1894-1911), dirigiu o Laboratório de Fisiologia (1894-1916) e depois professor ordinário de Fisiologia Geral e Especial, Histologia e Embriologia (1911-1916).

Morreu na cidade do Porto em 1916.

Foi casado com Belmira Amsinck Oliveira Allen e teve 8 filhos.

Era violinista talentoso nos seus serões privados.

Autor: Walter Rodrigues