Novembro 17, 2021
As gotas são um enorme aliado para controlar o glaucoma; por isso, a oftalmologista Paula Tenedório explica que os doentes não devem abandonar o tratamento:
Sim, o tratamento médico é a forma inicial e mais frequente de tratar o glaucoma de ângulo aberto, com a aplicação de medicamentos específicos sob a forma de colírios antiglaucomatosos que vão reduzir a pressão intraocular. Geralmente, este tratamento é usado durante toda a vida do doente para impedir a progressão da doença e prevenir a sua principal complicação, que é a cegueira. Por isso, é muito importante o cumprimento rigoroso do tratamento.
A maioria dos fármacos são seguros mas, como todos os outros medicamentos, podem causar efeitos secundários como o olho vermelho, prurido, lacrimejo, dor ocular, entre outros, e nestes casos o doente poderá estar a desenvolver uma intolerância à medicação.
É importante que nestas situações o doente não suspenda o tratamento, e que recorra de imediato ao seu oftalmologista, que vai avaliar com o utente a possibilidade de fazer alterações terapêuticas, nomeadamente trocar os colírios ou vai indicar outras opções como o tratamento de laser e a cirurgia do glaucoma.
O tratamento laser mais comum é a trabeculoplastia seletiva a laser, que é um procedimento seguro, que não danifica o olho, e como tal, pode ser repetido caso haja necessidade ou indicação clinica. É realizado em ambiente de consulta externa e ambulatório.
Quando todas as opções terapêuticas falham, nomeadamente as que referimos – o tratamento médico e o laser – temos então a cirurgia do glaucoma. Neste aspeto, é importante que o doente perceba que a cirurgia não recupera a visão perdida nem o campo visual. O objetivo desta é impedir o avanço da doença e o aparecimento de complicações graves.
O tipo de cirurgia mais conhecido a trabeculectomia, mas temos muitas outras opções: a esclerectomia profunda não penetrante, que é uma cirurgia eficaz e segura; o implante de válvula ou dispositivos de drenagem do humor aquoso, cirurgias minimamente evasivas que podem estar associadas ou não à cirurgia da catarata – entre muitas outras opções.
É de salientar que o facto de o doente ser operado ao glaucoma não significa que a doença está curada, e por isso é necessário que o doente mantenha as consultas regulares com o seu oftalmologista.
Amanhã vamos perceber o que é uma uveíte.
Com o apoio da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.